Notas ao café…

O cartoon de Tiananmen

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Junho 6, 2010

No 21º aniversário dos protestos na Praça Tiananmen, a 4 de Junho de 1989, a única comemoração na China que foi visível foi um cartoon que invocava a famosa imagem de um homem solitário que pára de uma coluna de tanques, momento que ficou imortalizado pelo fotografo Jeff Widener. O cartoon foi publicado pelo Southern Metropolis Daily, um dos jornais mais controversos do país, no início desta semana, e mostra um rapaz de idade escolar a desenhar num quadro negro esse momento. Mas a censura sobre o que se passou em Tiananmen continua activa e o assunto tabu, mesmo 21 anos depois, e o cartoon foi removido do site do jornal antes do aniversário do acontecimento.

Alguns detalhes do cartoon permanecem obscuros, como a data no quadro negro, Maio de 1985. Mas o cartoon, da autoria de Xiang Ma, parece ser uma clara referência a Tiananmen. Mas censurar a Internet é algo impossível; o cartoon continua online:


Xiang Ma, «Southern Metropolis Daily»

Calvin & Hobbes

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Fevereiro 4, 2010


Richard Bartholomew, «Artizans.com»

Entre Novembro de 1985 e Dezembro de 1995, vários jornais norte-americanos e também um pouco por todo o mundo, publicaram as tiras de “Calvin & Hobbes”, de Bill Watterson. Hoje, aos 51 anos, Watterson numa entrevista por escrito ao Cleveland Plain Dealer diz-se orgulhoso do seu trabalho e que não se arrepende de ter parado e deixado de desenhar há quinze anos; para Watterson esse facto terá contribuído para o sucesso da sua obra, que considera a oitava maravilha do mundo:

[…] Readers became friends with your characters, so understandably, they grieved — and are still grieving — when the strip ended. What would you like to tell them?

This isn’t as hard to understand as people try to make it. By the end of 10 years, I’d said pretty much everything I had come there to say.

It’s always better to leave the party early. If I had rolled along with the strip’s popularity and repeated myself for another five, 10 or 20 years, the people now “grieving” for “Calvin and Hobbes” would be wishing me dead and cursing newspapers for running tedious, ancient strips like mine instead of acquiring fresher, livelier talent. And I’d be agreeing with them.

I think some of the reason “Calvin and Hobbes” still finds an audience today is because I chose not to run the wheels off it.

I’ve never regretted stopping when I did.

[…] How do you want people to remember that 6-year-old and his tiger?

I vote for “Calvin and Hobbes, Eighth Wonder of the World.”


Bill Watterson, «Calvin & Hobbes»

Game Over

Posted in cartoonistas by JN on Janeiro 26, 2010


Matteo Bertelli (Itália)

O cartoon de Jones

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Janeiro 21, 2009

Um dos mais espantosos cartoons feitos de propósito para o momento da tomada de posse de Barack Obama pertence a Taylor Jones, que mostra Obama rodeado por vários presidentes americanos. Foi feito para a edição especial do Chicago Tribune:

jones_21092008_1
Taylor Jones, «Chicago Tribune/Tribune Media Services, Inc.»

Mas um dos aspectos mais interessantes da história deste trabalho de Taylor é um que o cartoon não apresenta; o que aparece no Chicago Tribune não é o que foi inicialmente proposto. O «original» mostrava um par de sapatos a serem atirados a George W. Bush — algo que se tornou um simbolo da presidência do Sr. Bush. O cartoon original foi recusado pela Tribune Media Services, Inc., a quem pertence o copyright do cartoon, sendo Taylor obrigado a retirar os «sapatos voadores».

O original mostra-se a seguir:

jones_21092008_2
Taylor Jones, «Politicalcartoons.com»

Cartoons 2008-2009

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Dezembro 31, 2008

bandeira_31122008_11
Bandeira, «Diário de Notícias»

No final do ano os cartoonistas fazem sempre um especial para esta ocasião, nem sempre são o que se espera numa data considerada especial; retratam o que se passou no ano que acaba.

E num ano marcado por uma crise económica, incerteza quanto ao futuro, muitos espelham isso mesmo:

beattie_31122008_1
Bruce Beattie, «Daytona Beach News-Journal»

gorrell_31122008_1
Bob Gorrell, «Creators Syndicate Inc.»

cardow_31122008_1
Cardow, «The Ottawa Citizen»

darkow_31122008_11
John Darkow, «Columbia Daily Tribune»

tab_31122008_1
Tab, «The Calgary Sun» & «Cagle Cartoons»

Barack Obama foi a personalidade do ano, e não só para a Time; Mike Lester e Patrick Chappatte não se esqueceram do novo presidente dos EUA:

lester_31122008_1
Mike Lester, «Rome News Tribune»

chappatte_31122008_11
Chappatte, «International Herald Tribune»

Os conflitos no Congo e em Gaza fecham o ano; Dario Castillejos fecha esta pequena mostra com um cartoon impressionante:

dario_31122008_1
Dario Castillejos, «Dario La Crisis»

Natal 2008

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Dezembro 24, 2008

Um Natal com contas mais difíceis de fazer, dividido entre o ter que gastar (o Natal sem alguns gastos tem pouca piada) e ter pouco para o fazer. Um Natal imerso em crise e incerteza quanto ao futuro; foi este um dos denominadores comuns a muitos cartoonistas este ano, como se pode ver por alguns exemplos aqui colocados:

englehart_24122008_1
Bob Englehart, «Hartford Courant»

heller_24122008_1
Joe Heller, «Green Bay Press-Gazette»

benson_24122008_1
Lisa Benson, «Victor Valley Daily Press»

Santa's Lap
Rob Rogers, «Pittsburgh Post-Gazette»

lester_24122008_1
Mike Lester, «Rome News Tribune»

tab_24122008_1
Tab, «The Calgary Sun» & «Cagle Cartoons»

O (novo) Pensador

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Novembro 11, 2008

Tudo parece de um dia para o outro ter desabado; certezas antigas deixaram de ser, um modo de vida entrou em colapso. As contas que antes se faziam têm que ser refeitas de novo e tudo se tornou mais difícil de um momento para o outro. Há que pensar num novo mundo.

O cartoonista e ilustrador Andy Singer, do «No Exit», pega nesta premissa e — com a devida vénia a Auguste Rodin — refaz O Pensador. Um que se ergue do caos consumista do último século.

singer_11112008_1
Rethinking Consumer Capitalism
Andy Singer

Para Andre Wilkens, no openDemocracy, esta é também uma época que oferece uma nova oportunidade para mudar.

Uma questão de apoio

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Novembro 4, 2008


Rob Tornoe, «Politicker.com»

No Economix, Catherine Rampell escreve sobre a importância do apoio dos jornais a uma determinada candidatura — no caso, as eleições nos EUA. Para Rampell os apoios são importantes (estudos parecem confirmar), especialmente inesperados. Como exemplo cita o The Chicago Tribune que decidiu apoiar Obama — durante mais de um ano este jornal apoiou oficiosamente John McCain. E no apoio dos media Obama também ganha.

Mas há um sector, embora faça parte integrante de muitos jornais, que também tem a sua opinião política — embora muitas vezes siga a linha editorial de um jornal, mas nem sempre –, o cartoon. E estas eleições foram inspiração para muitos (e boa parte veio aqui parar).

E nem todos são pró-Obama; longe disso. Três dos melhores anti-Obama que eu vi (a opinião é minha) pertencem Gary Varvel, Michael Ramirez e Randy Bish:


Gary Varvel, «Indianapolis Star»


Michael Ramirez, «Investors Business Daily»


Randy Bish, «Tribune-Review»

No outro lado da barricada o apoio mais honesto que eu já vi de um cartoonista a Barack Obama; o de Andy Singer. Para Singer deve-se votar em Obama por todas as razões e mais uma: é mais fácil de desenhar…


Andy Singer, «No Exit»

Linguagens

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Setembro 29, 2008

«Todo o país escravizado por outro ou outros países, tem na mão, enquanto souber ou puder conservar a própria língua, a chave da prisão onde jaz.»

Gabriela Mistral

Angel Boligan, cartoonista do jornal mexicano El Universal ganhou o primeiro prémio do concurso internacional «World Languages» com o cartoon aqui apresentado. Um trabalho deveras impressionante.


Angel Boligan

O humor e o ambiente

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Julho 23, 2008

Can you laugh at global warming? Indeed, should you? The Ken Sprague Fund has organised a competition that set out to answer those awkward questions – so if you think that cartoons about climate change could be in poor taste, look away now.
Around 150 artists from more than 50 countries submitted entries. The results, says John Green, secretary of the fund that was set up in memory of cartoonist Ken Sprague, were «bitingly satirical, outrageously funny or exceedingly bitter, and even fatalistic». None were neutral or indifferent, he says, while few took the subject lightly.
«Of course, there is repetition: cracked and parched landscapes with marooned whales; polar bears shaving off their thick pelt; Father Christmas on a camel,» Green says. «But what is more amazing is the imaginative range and the number of unique ideas.» [The Guardian]

150 cartoonistas de 50 países entraram no concurso de cartoons sobre o ambiente promovido pelo Ken Sprague Fund. O resultado é deveras interessante como se pode ver pela amostra. O primeiro lugar foi atribuído ao russo Mikhail Zlatovsky; o júri considerou que o trabalho de Zlatovsky capta a forma como o planeta está a ser devastado pelo homem.


Coat Star
Mikhail Zlatovsky

Confesso que o meu favorito, qualquer um pode ter a sua opinião, ficou em terceiro lugar. Pertence a Tawan Chuntraskawvong da Tailândia e diz tudo


The Hand
Tawan Chuntraskawvong

A capa da The New Yorker

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Julho 16, 2008

A última edição da The New Yorker está a causar polémica, nos media e longas discussões na blogosfera. Na ilustração de Barry Blitt, o senador Obama é retratado como um muçulmano e a sua mulher, Michelle Obama, como uma guerrilheira africana enquanto a bandeira americana arde numa fogueira sob o retrato de Osama bin Laden. Como se isto não fosse o suficiente, o cenário é Sala Oval. Como era de esperar a campanha de Obama reagiu, no que foi secundada pela de John McCain.

Isaac Chotiner — deve estar a brincar com certeza — acha que tudo passaria despercebido se a equipa de Obama não tivesse reagido à capa da The New Yorker. Claro que sim; tem apenas uma tiragem de mais de um milhão de revistas, sem falar na edição online. Sem dúvida que é uma revista considerada de esquerda e de elites; mas não passa despercebida. Alguma reacção teria que existir.


Nate Beeler, «The Washington Examiner»

Barry Blitt defende o seu trabalho dizendo que o desenho apenas exagera todas as acusações que já foram feitas ao senador:

I think the idea that the Obamas are branded as unpatriotic [let alone as terrorists] in certain sectors is preposterous,” Blitt wrote in an e-mail to the Huffington Post. «It seemed to me that depicting the concept would show it as the fear-mongering ridiculousness that it is.»

A intenção do sr. Blitt em mostrar o quanto são ridículas as muitas insinuações feitas ao senador Obama tem os seus méritos, mas o cartoon falha por completo a sua missão. O exagero faz parte do jogo e é utilizado amiúde. Existem regras que permitem um qualquer cartoonista desenhar algo simples e que todos entendam de imediato. Cartoons muitas vezes mostram situações que nunca existiram, políticos e outros a dizerem coisas que nunca foram ditas, esta liberdade — ao contrário do jornalista comum — um cartoonista sempre teve; pode desenhar o que quiser. Mas tem que existir alguma «espécie de contrato» com os leitores: o leitor tem que perceber de imediato que se está a desenhar algo (por muito «louco» que seja) que mostra a opinião do autor, que muitas vezes é partilhada pelo leitor. Estes autores não exageram pelo simples facto que o podem fazer, exageram de uma forma que os leitores possam entender. A capa da The New Yorker falha esse contrato com o leitor. Não há nada, nenhum referencial, que lhe dê alguma perspectiva. Quem vê pela primeira vez, sem nada saber sobre o mesmo, não poderá perceber o que Barry Blitt pretende.


Tab, «The Calgary Sun»

Como os leitores pretendem que alguma verdade seja transmitida por um cartoon, Barry Blitt ao tentar representar o ponto de vista de alguém — neste caso certos sectores mais conservadores da vida política americana — devia ter mostrado isso mesmo, de outra forma é razoável pensar que aquela é a forma como ele vê Obama. É aqui que o cartoon de Barry Blitt falha. E falha mais por ser a capa da The New Yorker.


Daryl Cagle, «MSNBC.com»

No entanto, conversa sobre cartoons à parte, Barry Blitt está correcto. A imagem (depois de explicada) acerta no alvo e como são ridículas as insinuações feitas a Barack Obama ao longo desta campanha para a Casa Branca. E quem melhor resume o assunto é o The Huffington Post:

«The illustration, by Barry Blitt,is called “The Politics of Fear” and, according to the NYer press release, “satirizes the use of scare tactics and misinformation in the Presidential election to derail Barack Obama’s campaign.” Uh-huh. What’s that they say about repeating a rumor?
Presumably the New Yorker readership is sophisticated enough to get the joke, but still: this is going to upset a lot of people, probably for the same reason it’s going to delight a lot of other people, namely those on the right: Because it’s got all the scare tactics and misinformation that has so far been used to derail Barack Obama’s campaign — all in one handy illustration. Anyone who’s tried to paint Obama as a Muslim, anyone who’s tried to portray Michelle as angry or a secret revolutionary out to get Whitey, anyone who has questioned their patriotism— well, here’s your image.»


Tom Stiglich, «Journal Register Newspapers»

Victor Ndula

Posted in cartoonistas by JN on Julho 10, 2008


Victor Ndula, «The Nairobi Star»

«Kenya has recently been in the headlines all for the wrong reasons , a botched election cost the lives of an estimated 1500 innocent Kenyan’s and 500,000 are now living in internally displaced peoples camps. The former UN secretary general brokered a peace deal a that was sealed with a cabinet swearing of a coalition government … though back from the brink, we are not out of the woods yet and it will be a long painful journey to normalcy. As cartoonists we had the un-enviable task of telling the uncomfortable truth, interestingly, our brothers in Zimbabwe are going through an almost similar situation…»

Victor Ndula

Victor Ndula é o cartoonista do Nairobi Star, um jornal do Quénia, que como poucos conhece a realidade de África e a coloca, na sua forma muitas vezes cruel, em excelentes cartoons. O seu trabalho começa agora a ser conhecido fora do continente africano.


Victor Ndula, «The Nairobi Star»

O adeus de Paul Combs

Posted in cartoonistas by JN on Junho 1, 2008


Paul Combs, «Tribune Media Services»

Paul Combs decidiu retirar-se do mundo do cartoon editorial. Combs ganhou notoriedade como cartoonista no The Tampa Tribune; depois de deixar este jornal o seu trabalho era distribuido pela Tribune Media Services. Além do seu trabalho para o Tampa Tribune e Media Services, Combs que também é bombeiro, fez trabalhos para a Firehouse.com; «I strive to bring an instructor mentality to my work. Not only do I want my cartoons to make an important point, I want them to help educate and change the way we think – if only to point out the obvious in a humorous way.»


Paul Combs, «Firehouse.com»


Paul Combs, «Firehouse.com»

Agora, mais de doze anos depois, Paul Combs deixa definitivamente o mundo dos cartoons para se dedicar exclusivamente à ilustração. O cartoon que se segue foi o seu último a ser publicado.


Paul Combs, «Tribune Media Services»

Michael Ramirez, Pulitzer 2008

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Abril 10, 2008


Michael Ramirez, «Investor’s Business Daily» (Dezembro de 2007)

«My approach is to have a powerful image along with a significant statement. t’s great to be funny, too, but the most important element is the message – to have an impact and make people think. Editorial cartooning is an extension of journalism, not just entertainment.»

«Editorial cartoons should be smart and substantive, provocative and informative. They should stir passions and deep emotions. Editorial cartoon should be the catalyst for thought and frankly speaking, if you can make politicians think, that is an accomplishment itself.»

Michael Ramirez


Michael Ramirez, «Investor’s Business Daily» (Outubro de 2007)

O vencedor do Prémio Pulitzer deste anos na categoria de Cartoon Editorial foi o cartoonista do «Investor’s Business Daily», Michael Ramirez (em 1996 recebeu este mesmo prémio). O prémio foi atribuído por uma série de cartoons nos quais, entre outros assuntos, ele foca algumas opiniões e posições de Barack Obama que Ramirez considera vagas, a economia americana e a utilização de milho para a produção de etanol.


Michael Ramirez, «Investor’s Business Daily» (Outubro de 2007)

Ramirez é considerado, politicamente, um conservador e os seus cartoons sempre mostraram isso mesmo. No entanto, ele (que não nega esse facto) diz que sempre que faz um cartoon tenta ser o mais imparcial possível, e que alguns dos seus críticos são conservadores. Mas ao longo da sua carreira conheceu vários dissabores e ataques devido às suas posições. O caso mais conhecido é o famoso cartoon «Worshipping Their God» onde um judeu ortodoxo e um palestiniano rezam diante de um muro com a palavra Hate (ódio) inscrita nele. A polémica levou ao seu despedimento do «LA Times».

Mas opinião política todos têm e Ramirez não seria diferente, e o trabalho de Michael Ramirez deve ser avaliado pela sua qualidade. E os seus trabalhos são de facto excelentes e eficazes. E o trabalho ao longo de 2007 foi caracterizado pela qualidade, originalidade, sentido de humor e sempre – marca de Ramirez – provocativo.


Michael Ramirez, «Investor’s Business Daily» (Janeiro de 2007)

É colaborador regular da USA Today e convidado regular do programa de televisão «The News Hour with Jim Lehrer» na PBS. O seu trabalho pode ser visto em vários jornais e outras publicações de todo o mundo através da Copley News Service. O «The New York Times», «New York Post», «Washington Post», «Time Magazine» são alguns exemplos. É actualmente cartoonista do «Investor’s Business Daily».


Michael Ramirez, «Investor’s Business Daily» (Junho de 2007)

Desenhar candidatos

Posted in cartoonistas by JN on Março 22, 2008

789kunz533_1.jpg
Anita Kunz, «New York Times»

«Although caricatures won’t sway an election, they can influence public perception. Through caricatured distortion President Lyndon Johnson, with his elephantine ears and hooked beak, and President Richard Nixon, with his exaggerated five o’clock shadow and witches peak, were made equally buffoonish and demonic. The visual satirist’s time-honored role is to make mountains out of physical molehills, thereby reducing their targets to comical icons, knocking the pomposity right out of them.»

Steven Heller

A caricatura, assim como o cartoon, é algo que faz parte da nossa sociedade e da política em particular. Com as eleições para a Casa Branca este ano, Steven Heller pediu a vários autores para enumerarem os «pontos críticos» – e as suas características que mais os definem – quando desenham os três principais candidatos à presidência: Barack Obama, Hillary Clinton e John McCain.

A New Yorker apresenta uma série de vídeos onde Steve Brodner desenha os candidatos à presidência e discute a corrida à presidência dos EUA.

brodner_22032008_1.jpg
«Karl Rove»
Steve Brodner, «The New Yorker»

John Sherffius

Posted in cartoonistas by JN on Fevereiro 27, 2008

«Political cartoons, unlike sundials, do not show the brightest hours. They often show the darkest ones in the hope of helping us move to brighter times.»

Herbert L. Block

sherffius_27022008_p2.jpg
John Sherffius, «Boulder Daily Camera»

«John’s work exemplifies the best the art of editorial cartooning has to offer. Through a potent combination of excellent drawing technique, striking original imagery, and passionate conviction, his cartoons kick you in the gut. They are not merely memorable; they are unforgettable.»

Jim Morin (Miami Herald)

O cartoonista John Sherffius do «Camera of Boulder», ganhou o «Herblock Award for Editorial Cartoons», atribuído pela The HerB Block Foundation. Esta fundação criada em memória de Herbert L. Block, antigo cartoonista do «Washington Post», e promove a liberdade de informação e os direitos do Homem. Este prémio foi criado em 2003 e tem como grande objectivo o de promover o cartoon editorial como uma ferramenta essencial no jornalismo.

Sherffius ganhou o prémio este ano por um conjunto de doze cartoons nos quais mostra o percurso da administração Bush ao longo de 2007; temas como a guerra no Iraque, tortura, escutas ilegais e a posição de Bush face ao ambiente.

sherffius_27022008_p1.jpg
John Sherffius, «Boulder Daily Camera»

«Regras» para cartoons

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Fevereiro 17, 2008

cagle_17022008_1.jpg
Daryl Cagle, «MSNBC.com»

Um cartoon de Daryl Cagle que causou uma certa polémica, e muito pelos dois «eleitores» mais à direita (do cartoon também). «So you characterize me as a «Monkey» because I don’t like someone’s political beliefs. How disgusting of you.Typical Liberal Democrat – It’s ok to insult someone as long as they are not a Minority. It’s still an insult and you should apologize. You are a racist, just because we are conservative and not agree with you, you make us into Monkeys? What’s wrong with you, where is your open mind, where is your compasion and caring for others?». Foram as palavras de um leitor mais irritado que não se identificou com o «macaco»…

A resposta do Sr. Cagle foi apenas: «I wouldn’t say the conservative character in my cartoon is a monkey – I’d say he is evolutionally challenged.» Mas mais tarde, e à sua maneira, reconheceria que devem existir regras. Uma «maneira» muito própria.

cagle_17022008_2.jpg
Daryl Cagle, «MSNBC.com»

Dinamarca com Kurt Westergaard

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Fevereiro 13, 2008

petar_13022008_4.jpg
Petar Pismestrovic, «Kleine Zeitung»

«Of course I fear for my life when the police intelligence service say that some people have concrete plans to kill me. But I have turned fear into anger and resentment.»

Kurt Westergaard, cartoonista do «Jyllands-Posten».

hachfeld_13022008_1.jpg
«Kurt Westergaard»
Rainer Hachfeld, «Neues Deutschland»

A polícia dinamarquesa prendeu esta terça-feira algumas pessoa envolvidas numa tentativa de assassinato de Kurt Westergaard, cartoonista do «Jyllands-Posten», autor de uma das célebres doze caricaturas do profeta Maomé que em 2005 colocou o mundo islâmico e a Dinamarca a «ferro-e-fogo». Kurt Westergaard e a sua mulher vivem desde então sob protecção policial.

Em sinal de protesto, e também como forma de luta pela liberdade de expressão – o direito de desenhar e de fazer rir -, os jornais dinamarqueses voltaram a publicar uma das caricaturas do profeta Maomé da autoria de Kurt Westergaard. O cartoon também foi mostrado na televisão e muitos dos jornais que antes foram contra a sua publicação agora publicaram-no, associando-se assim a esta campanha pela liberdade de expressão.

Uma ano depois dos tumultos, que provocaram 12 mortos, os dinamarqueses (e o mundo) ainda tentam perceber como 12 imagens levaram à maior crise internacional que o país sofreu desde a Segunda Guerra Mundial. Mas também todos parecem concordar que foi uma forma de finalmente a Dinamarca começar a conhecer um pouco mais os seus cidadãos islâmicos.

petar_13022008_1.jpg
Petar Pismestrovic, «Kleine Zeitung»

Taylor Jones: a arte da caricatura

Posted in cartoonistas by JN on Fevereiro 13, 2008

«My last caricature of Winona was of her picking out prison garb. My second-to-last was of her toting away bags of stuff to a store’s exit. Winona’s great to do because she’s got real eyelashes She’s also a beauty. People think it’s easier to caricature an ugly person, but it all has to do with the eyes ­and latching on to a person’s personality. (…) is in the eyes. Look deeply into the eyes of the unfortunate characters I skewer, and take note ­the secret of caricature is not a bulbous nose nor hideous teeth or big hair, although those surely help. The secret is in the eyes.

I have rarely captured him [George W. Bush] successfully. He’s so… elusive. There’s nothing to grab onto. His people say what you see is what you get, but I don’t believe that. The Golden Age for political cartoonists began with Nixon and Watergate and ended with Clinton. I do better when things are bad. When we are winnings wars and the news programs have splattered the players all over the place, there’s nothing to say. Politics are dull these days. I don’t know if we’ll ever have another Bill Clinton.»

Taylor Jones

jones12.jpg
Taylor Jones

tjones.jpgDiz-se que Taylor Jones decidiu ser caricaturista no dia em que se viu ao espelho; há que confessar que o Sr. Jones tem, e no bom sentido, um ar cómico. E da mesma forma que ele «se vê» e os outros o vêem decidiu ver o mundo. É provavelmente um dos mais brilhantes caricaturistas actuais e a aceitação do seu trabalho assim o parece demonstrar. Jones é publicado por diversos jornais e revistas um pouco por todo o mundo. «Los Angeles Times», «The Chicago Tribune», «The Philadelphia Inquirer», «Ma’Ariv» (Israel), «El Mercurio» (Chile), «Courrier Internationale». Taylor também contribui na «The New Republic» e «U.S. News & World Report», e actualmente também para a «Hoover Digest», o jornal da Stanford University’s Hoover Institution.

Mas o seu principal trabalho actualmente é como cartoonista editorial do jornal «El Nuevo Día», o maior de Porto Rico.

jones15.jpg
Taylor Jones, «El Nuevo Día»

Vive calmamente em Staten Island com a sua família onde além das caricaturas e cartoons se dedica à sua outra paixão, observar pássaros.

jones16.jpg
Taylor Jones

Mr. Fish: a arte do politicamente incorrecto

Posted in cartoonistas by JN on Janeiro 27, 2008

fish_26012008_1.jpg
Mr. Fish, «Cagle cartoons»

«Mr. Fish lives in Los Angeles, Calif. He never asked to be born. Occasionally, he laughs his head off. His mother has no idea what he’s up to. She cries easily. For more information, date him.»

É assim que Dwayne Booth (Mr. Fish) escreve sobre ele próprio. Considerado um cartoonista de um género mais «alternativo», é de um humor mordaz, corrosivo e (demasiado para muitos) negro; é provavelmente um dos autores mais irreverentes da actualidade. Aparece regularmente no LA Weekly – onde escreveu uma série de artigos ilustrados, geralmente, por um cartoon da sua autoria, criou o Real World, uma série de pequenos filmes animados, e mantém um blog -, no Los Angeles Times, Harper e na Truthdig.

fish_26012008_2.jpg
Mr. Fish, «Harper Magazine»

Os seus cartoons, com uma linguagem «crua» causam várias vezes alguma polémica; política e costumes da sociedade moderna, em especial o conservadorismo americano, religião, «expressões» de fanatismo são o alvo do irreverente e polémico Mr. Fish que não é exactamente «meigo». E os seus cartoons, autênticos insultos para muitos, expressam isso mesmo.

fish_26012008_3.jpg
Mr. Fish, «Cagle cartoons»

Rainer Hachfeld

Posted in cartoonistas by JN on Janeiro 18, 2008

hachfeld_18012008_1.jpg
Rainer Hachfeld, «Neues Deutschland»

«This is my creative process: I inform myself reading the morning papers and looking in some online news.
I choose either the most important or the most ridiculous news, get an idea and draw.
I enjoy caricaturing George W. Bush. He is one of the most ridiculous politicians in my repertoire. The policies he stands for are criminal and dangerous. But that does not change his ridiculousness, other politicians espouse the same policies. He only has to put them across, which causes him difficulties, because he doesn’t really understand them. I like to draw Bush in relation to Condoleeza Rice as a helpless toddler. His Secretary of State is his superior in intellect and other aspects also. He follows her lead and cries on her shoulder.»

Rainer Hachfeld

Rainer Hachfeld é o cartoonista editorial do jornal alemão Neues Deutschland. Homem controverso, tem um traço característico que realça sempre o pior em quem ele quer retratar. Tem como «amor de estimação» o presidente americano George W. Bush e a sua secretária de estado Condoleeza Rice, embora não se fique por estes dois políticos actuais; para Hachfeld, Bush e Rice são dois estereótipos de uma certo tipo de política actual.

O seu amor por George W. Bush já lhe valeram muitas críticas e insultos por parte de muitos americanos (principalmente republicanos) que acham a sua forma de retratar o Sr. Bush (como um bebé de fraldas sempre ao colo de Rice) humilhante e um insulto aos EUA. Mas Hachfeld não desarma e continua. Bush como um bebé é para ele a melhor forma de retratar a politica do presidente americano e da sua ama Rice.

2008-1-10-14-19-4_2.jpg
Rainer Hachfeld, «Neues Deutschland»

Dry Bones

Posted in cartoonistas by JN on Janeiro 8, 2008

drybones_2008_1.jpg
Yaakov Kirschen

«Dry Bones», a tira cómica do jornal «Jerusalem Post» faz este mês 35 anos. É da autoria de Yaakov Kirschen onde apresenta uma opinião sempre muito pessoal do Médio Oriente, e em especial, do conflito israelo-árabe.

Stavro: cartoons do Líbano

Posted in cartoonistas by JN on Dezembro 31, 2007

stavro-ad-dabbour_libano_1.jpg
Stavro, «Ad-Dabbour»

Stavro Jabra nasceu em 1947 em Beirute no Líbano. Conhecido por Stavro, há40 anos que mostra os acontecimentos do seu país, do Médio Oriente e do mundo no seu geral. A sua reputação começou em 1967 nos principais jornais libaneses com as caricaturas e cartoons editoriais. Publica em vários jornais de língua árabe e os seus tabalhos também já apareceram em publicações internacionais como o «Der Spiegel», «Le Monde», «Le Courrier International» e o «The Washington Times». Neles mostra ao mundo o drama do Líbano e os ataques à liberdade de expressão no seu país e não só.

stravo1.jpg
Stavro, «La Liberté d’expression: Les caricatures de la discorde»

É também fotografo e fundou em em 1992 o «Lebanese Press Photographers Syndicate».

stravo3.jpg
Stavro

O porquê do humor

Posted in cartoonistas, palavras ao café by JN on Dezembro 31, 2007

«After God created the world, He made man and woman. Then, to keep the whole thing from collapsing, He invented humor.»

Guillermo Mordillo

tarzanski-gr.jpg
Mordillo

IX PortoCartoon

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Junho 24, 2007

logo9pc.jpg

O Museu Nacional da Imprensa , no Porto, está a mostrar desde sexta-feira os cerca de 400 trabalhos seleccionados para a IX edição do Festival Mundial PortoCartoon, este ano dedicada ao tema «Globalização». São apresentados diversos trabalhos relacionados com a fiscalização de pessoas e bens nos aeroportos, os produtos «made in China» e a informática. A participação do IX PortoCartoon bateu o recorde dos últimos anos ao receber mais de 1700 cartoons, de quase 500 cartoonistas, de 60 países. O PortoCartoon-World Festival é considerado pela FECO (Federation of Cartoonists Organisations) um dos três principais festivais de desenho humorístico do mundo, o que coloca Portugal no pódio dos concursos internacionais de caricatura. A FECO é a mais importante organização internacional de cartoonistas representando mais de 2000 artistas de 30 países.

O polaco Grzegorz Szumovski foi o vencedor do Grande Prémio com o desenho de um arqueiro indígena a lançar uma seta com um telemóvel amarrado.

portocartoonprimeiro1.jpg
Grande Prémio: Grzegorz Szumovski (sem título)

O segundo prémio ex-aequo foi atribuído ao brasileiro Osvaldo da Silva Costa e ao italiano Alessandro Gatto.

portocartoonsegundo1.jpg
2º Prémio (Ex-aequo): Alessandro Gatto, «Shopping»

portocartoonsegundo2.jpg
2º Prémio (Ex-aequo): Osvaldo Silva da Costa, «Motorperpetuo»

O terceiro prémio foi para Ruan Tang Li, da China.

portocartoonterceiro1.jpg
3º Prémio: Ruan Tang Li (sem título)

Liberdade cartoonista

Posted in cartoonistas, notas ao café by JN on Junho 15, 2007

franklin1.jpg
Jeff Parker, «Florida Today»

«A cartoonist works best if he or she doesn’t feel there’s someone breathing over their shoulder.»

Fred Hiatt

hong-kong1.jpg
John Pritchett, «Pritchett cartoons»

Johnny Hart

Posted in cartoonistas, memórias ao café by JN on Abril 12, 2007

hart01.jpg
Mark Streeter, «The Savannah Morning News»

Morreu Johnny Hart o criador da série «BC». Publicado em mais de mil jornais em todo o mundo, «BC» centrava-se em personagens humorísticas tiradas do tempo primitivo, em que dinossauros conviviam com homens das cavernas, mas com histórias e situações que remetiam para a realidade norte-americana. Johnny Hart serviu-se da banda desenhada para abordar temas polémicos como o da religião, o que lhe valeu recusas de publicação das suas histórias por parte de alguma imprensa americana.

Johnny Hart faleceu no sábado, em casa, enquanto desenhava…

hart02.jpg
John Deering, «The Arkansas Democrat-Gazette»

hart03.jpg
Cardow, «The Ottawa Citizen»