Um gato em Ajdabiyah
Ao deixar a cidade de Ajdabiyah, onde as forças leais a Khadafi e os rebeldes combatem, Ryan Calder decidiu fotografar um camião destruído por um dos muitos bombardeamentos; nele encontrou um gato que não se importou de ser fotografado.
Sit down…
Those who feel the breath of sadness
Sit down next to me
Those who find they’re touched by madness
Sit down next to me
Those who find themselves ridiculous
Sit down next to me
“…tempo para pensar…”, por Fidalgo Pedrosa
James, in «Sit Down» (2001 final live performance)
Num quarto de Las Vegas
Uma noite num quarto de um hotel de Las Vegas a 2,564 frames por segundo…
Vodpod videos no longer available.
“Locked in a Vegas Hotel Room with a Phantom Flex“, de Tom Guilmette, no Vimeo.
Sittin’ on…
… Sittin’ here resting my bones
And this loneliness won’t leave me alone
It’s two thousand miles I roamed
Just to make this dock my home
Now, I’m just gonna sit at the dock of the bay
Watching the tide roll away
Oooo-wee, sittin’ on the dock of the bay
Wastin’ time
“Guardador de margens”, de João Monteiro
Otis Redding, in «(Sittin’ On) The Dock of the Bay»
Solidão
“De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?”
Pedro Abrunhosa, in «Quem Me Leva Os Meus Fantasmas»
“Lonliness” by Magganrchy
A foto de um beijo
Fotos colocadas no Facebook que andam a percorrer a net mostram que as manifestações no Egipto não é uma coisa só de homens e uma foto em particular, de Lefteris Pitarakis da AP, atrai todas as atenções; a de uma mulher a beijar a face um membro do corpo de intervenção da polícia egípcia:
Garance Franke-Ruta, na The Atlantic, considera-a um momento único:
As a picture of compassion between combatants, the image of a plump Egyptian woman kissing a green-eyed soldier on the cheek during protests last week was a powerful statement of national unity.
But it was also far more radical than that in a country in which men and women are barely tolerated holding hands in public in the most liberal precincts of comparatively Christian Alexandria, and where public displays of affections are frowned upon and likely to be met with cutting glances and vicious neighborhood gossip elsewhere.
Young Egyptian men may dress in the international style of jeans and soccer T-shirts, but they go home to families where women wear headscarves. An estimated 90 percent of Egyptian women wear the hijab, and more deeply religious women cover not just their heads and ankles, but even their hands, wearing black gloves along with their black face veils, headscarves and abayas year round.
In short, when it comes to women in public life, Egypt can be pretty conservative. It’s not Saudi Arabia or Iran, but it’s also not Lebanon. […]
Gosto e aparência
“O nosso engenho todo se esforça em pôr as coisas numa perspectiva tal, que vistas de um certo modo, fiquem a parecer o que nós queremos que elas sejam, e não o que elas são. A razão é como um instrumento lisonjeiro, por meio do qual vemos as coisas, grandes, ou pequenas, falsas, ou verdadeiras. O nosso pensamento não se acomoda às coisas, acomoda-se ao nosso gosto. O amor, a vaidade, e o interesse são os moldes em que as coisas se formam, e se configuram para se apresentarem a nós; e com efeito nenhuma coisa se nos mostra como é, contra a nossa vontade.”
Matias Aires, in «Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Carta Sobre a Fortuna»
“O Vilão” — foto de Luis Sarmento
Relaxar
“O nosso espírito deve relaxar: ficará melhor e mais apto após um descanso. Tal como não devemos forçar um terreno agrícola fértil com uma produtividade ininterrupta que depressa o esgotaria, também o esforço constante esvaziará o nosso vigor mental, enquanto um curto período de repouso restaurará o nosso poder. O esforço continuado leva a um tipo de torpor mental e letargia.”
Séneca, in «Da Brevidade da Vida»
Foto de Zul-photo
No silêncio…
“I think I could turn and live with animals, they are so placid and self-contain’d;
I stand and look at them long and long.
They do not sweat and whine about their condition;
They do not lie awake in the dark and weep for their sins;
They do not make me sick discussing their duty to God;
Not one is dissatisfied—not one is demented with the mania of owning things;
Not one kneels to another, nor to his kind that lived thousands of years ago;
Not one is respectable or industrious over the whole earth.
So they show their relations to me, and I accept them;
They bring me tokens of myself—they evince them plainly in their possession.”
Walt Whitman, in «Song of Myself»
“golden silence…” por António J. S.
Invisible Man
“I am an invisible man. No, I am not a spook like those who haunted Edgar Allen Poe; nor am I one of those Hollywood-movie ectoplasms. I am a man of substance, of flesh and bone, fiber and liquids-and I might even be said to possess a mind. I m invisible, understand, simply because people refuse to see me. Like the bodiless heads you see sometimes in circus sideshows, it is as though I have been surrounded by mirrors of hard, distorting glass. When they approach me they see only my surroundings, themselves, or figments of their imagination-indeed, everything and anything except me.”
Ralph Ellison, in «The Invisible Man»
“INVISIBLE MAN” por Patrícia
Fotógrafos de guerra
A Foreign Policy apresenta uma colecção de trabalhos de “fotógrafos de guerra” em que estes explicam como captaram fotos que valem por todas as palavras.
Jeroen Oerlemans/Panos Pictures
Um rapaz salva alguns livros dos escombros de sua casa, num prédio de seis andares, que foi bombardeado pela força aérea israelita. O edifício estava situado no meio de uma área densamente povoada na cidade de Tiro, uma antiga cidade fenícia no Líbano, na costa do Mar Mediterrâneo, a cerca de 30 quilómetros de Sídon. Três mortes foram relatadas.
Um grito na noite
Pietro Masturzo, um fotografo italiano, ganhou o prémio World Press Photo de 2009 com esta foto de uma mulher que grita em protesto num telhado em Teerão, a 24 de Junho, durante os protestos contra as eleições presidenciais do Irão. Ayperi Karabuda Ecer, membro do júri, diria:
The photo shows the beginning of something, the beginning of a huge story. It adds perspectives to news. It touches you both visually and emotionally, and my heart went out to it immediately
Masturzo concedeu uma entrevista à Der Spiegel onde fala sobre os riscos da profissão e se defende dos que acusam de cobardia por não ter fotografado os protestos de rua:
SPIEGEL ONLINE: After the Iranian elections in June 2009, there were demonstrations and riots almost daily on the streets of Tehran. Why did you photograph the rooftops rather than the action on the street?
Pietro Masturzo: There were no other options. Three days before the election I was arrested, along with another Italian colleague. After I was released it became clear to me that it was extremely dangerous to report further from the streets of Tehran. […]
Na tempestade
“E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.”
Haruki Murakami, in «Kafka à Beira-Mar»
“Gentes da Terra”
Deyvis Malta
Revisitar Tames
O Presidente John F. Kennedy na Sala Oval, fotografado por George Tames do The New York Times. Uma foto muitas vezes utilizada para ilustrar o que é considerado o cargo mais solitário do mundo. Gerard Dubois provavelmente baseou-se na foto de Tames para a ilustração do artigo de Nancy Gibbs na Time, “Obama After One Year: The Loneliest Job“:
There is a moment in every White House tenure when you can practically see the President walk away from everyone he’s known, everyone he’s been, because he now has thoughts and fears and hopes that no one else can fathom. Franklin Roosevelt faced a collapsing economy. Harry Truman had to decide whether to drop the atom bomb. John F. Kennedy found himself invading Cuba. I wonder when Obama’s moment came, as he splashed into office through a sea of red ink, ended his first year with a national-security nightmare and in between set out to pass a health care reform bill that a majority of the public now doesn’t want.
Presidents seldom get the presidency they hoped for. They don’t manage their inbox; it manages them, and they have to adjust to the paradox of power: as soon as they get it, they discover they rarely get to decide how to use it. […]
A year ago at his Inauguration, Obama affirmed that “we come to proclaim an end to the petty grievances and false promises, the recriminations and worn-out dogmas that for far too long have strangled our politics.” Maybe it’s the memory of those huge, happy crowds that makes the contrast between then and now so irresistible. OBAMA WALKS A LONG AND LONELY ROAD, observed a recent headline in the Financial Times, and that image is everywhere — a once untouchably popular figure unable to connect as President the way he did as a candidate or shine the light of hope and change on the dingy business of governing. […]
China underground
Super-cidades que nunca dormem, céus de smog, autoestradas sobre-lotadas e uma juventudes urbana sempre vigiada por um sistema omnipresente que quer provar que o hip-hop, o rock e o punk não são um fenómeno ocidental, mas urbano. O fotografo Matthew Niederhauser documentou um outro lado urbano da China, o underground.
Querer resistir…
“O soldado está convencido de que tem diante de si um espaço de tempo infinitamente adiável antes que o matem; o ladrão, antes que o prendam; o homem, em geral, antes que o arrebate a morte. Esse é o amuleto que preserva os indivíduos – e às vezes os povos – não do perigo, mas do medo ao perigo; na verdade, da crença no perigo, motivo pelo qual o desafiam em certos casos, sem que sejam necessariamente bravos.”
Marcel Proust, in «À Sombra das Raparigas em Flor»
…and never give up
Luis Sarmento
Concurso da National Geographic
O concurso internacional de fotografia da National Geographic todos os anos atrai a a tenção de milhares de fotógrafos, profissionais e amadores. O concurso deste ano já está encerrado mas ainda há tempo para votar. O The Big Picture apresenta algumas dessas fotos das quais aqui se mostram três exemplos.
Um jovem orangotango balança entre árvores no Parque Nacional de Tanjung Puting, na parte meridional da ilha de Bornéu, que pertence à Indonésia (foto: Sean Crane).
Um iceberg flutua ao longo da costa da Antárctida (foto: Mike Matas).
Gaivotas em Sanibel Island, Flórida, EUA (foto: Richard Rush).
Cassini & Saturno
Saturno, os seus anéis e algumas das suas luas são fotografadas pela sonda Cassini, a 12 de Agosto de 2009, a uma distância de cerca de 847 mil km do planeta. A foto foi tirada um dia e meio após o equinócio de Saturno, quando o Sol brilha directamente por cima do equador do planeta. (Foto: NASA/JPL/Space Science Institute).
Walesa define-se
30 de Agosto de 1980: Lech Walesa, o líder do Solidarność (Solidariedade), é levado em ombros por trabalhadores em greve do estaleiro Lenin, em Gdansk, um dia antes da assinatura de um acordo com o governo. A estratégia de Walesa sempre dependeu da organização popular como forma de pressionar o governo a negociar. (Foto: Jorma Puusa)
Lech Walesa numa entrevista à Spiegel online disse que a queda do Muro de Berlim deu boas fotografias mas tudo começou antes, nos estaleiros de Gdansk e, como começou logo por perceber Charles Hawley que o entrevistou, o Sr. Walesa não é homem que deixe os seus créditos por mãos alheias:
SPIEGEL ONLINE: Are you looking forward to travelling to Berlin on Monday for the 20th anniversary celebration of the fall of the Berlin Wall?
Walesa: It’s not important whether I’m looking forward to it or not. I am a politician who played an important role in the reunification of Germany and I was invited to take part in the celebration. It’s not like a piece of candy handed out to a sweet little boy.
Cenas de Outono
Um grupo de grous-comuns reúne-se à primeira luz do dia num lago do estado alemão de Brandeburgo, perto de Berlim. Entre Setembro e Novembro de dezenas de milhares destas aves irão utilizar esta área rural como ponto de paragem, durante a sua migração desde a Escandinávia e a Europa Oriental até os seus refúgios de Inverno em Espanha (Foto: Thomas Krumenacker/Reuters).
No Parque de Aurach, perto de Kitzbuehel na província austríaca de Tirol, um veado faz-se ouvir (Foto: Kerstin Joensson/AP Photo)
Um bando de gansos-de-bico-curto voa no luar preparando-se para aterrar na reserva natural Vane Farm, perto de Loch Leven, Escócia. Cerca de 20 mil gansos-de-bico-curto param nesta reserva todos os anos, na sua migração para o sul desde a Islândia (foto:David Moir/Reuters).
O nevoeiro levanta-se sobre um lago numa manhã em Highlands, Nova Iorque (Foto: Mike Groll).
Folhas e cores de Outono encontram-se com a primeira neve, em Franconia, New Hampshire (Foto: Jim Cole/AP Photo).
Feira de vaidades
“Não é a desproporção entre nós e os outros que produz a inveja, mas, pelo contrário, a proximidade. Um soldado raso não nutre pelo seu general inveja comparável à que poderá sentir pelo seu sargento ou por um cabo; nem um escritor eminente encontrará tanta inveja por banda dos escritorecos vulgares como nos autores que dele mais se aproximam. Uma grande desproporção anula a relação, seja impedindo-nos de nos compararmos com aquilo que nos é remoto, seja minorando os efeitos da comparação.”
David Hume, in «Tratado da Natureza Humana»
Abril de 1957: Num jantar em honra da actriz italiana Sophia Loren (esq.) no Romanoff’s em Beverly Hills, a exuberante Jayne Mansfield, num dos seus muitos golpes publicitários pelos quais ficou célebre, propositadamente deixa cair ligeiramente o seu vestido mostrando ao mundo os seus atributos sob o olhar incomodado de Sophia Loren (Foto: Joe Shere/Vanity Fair).
Missão não cumprida
Foto: Chris (UK), Flickr
Paul Krugman no New York Times, em contra-corrente com muitos analistas e Ben Bernanke, escreve que que a “missão ainda não foi cumprida” e o desemprego é a grande ameaça na era pós-recessão. Para o Prof. Krugman continuar com uma boa política de estímulos é essencial:
Stocks are up. Ben Bernanke says that the recession is over. And I sense a growing willingness among movers and shakers to declare “Mission Accomplished” when it comes to fighting the slump. It’s time, I keep hearing, to shift our focus from economic stimulus to the budget deficit.
No, it isn’t. And the complacency now setting in over the state of the economy is both foolish and dangerous.
[…] But while not having another depression is a good thing, all indications are that unless the government does much more than is currently planned to help the economy recover, the job market — a market in which there are currently six times as many people seeking work as there are jobs on offer — will remain terrible for years to come.
[…] What is true is that spending more on recovery and reconstruction would worsen the government’s own fiscal position. But even there, conventional wisdom greatly overstates the case. The true fiscal costs of supporting the economy are surprisingly small.
You see, spending money now means a stronger economy, both in the short run and in the long run. And a stronger economy means more revenues, which offset a large fraction of the upfront cost. Back-of-the-envelope calculations suggest that the offset falls short of 100 percent, so that fiscal stimulus isn’t a complete free lunch. But it costs far less than you’d think from listening to what passes for informed discussion.
Look, I know more stimulus is a hard sell politically. But it’s urgently needed. The question shouldn’t be whether we can afford to do more to promote recovery. It should be whether we can afford not to. And the answer is no.
Jeff Koterba, «Omaha World-Herald»
Um arquivo da História
Uma mulher tenta resistir à evacuação policial numa terra privada perto da cidade de Manaus no Amazonas, Brasil. As ordens de despejo já tinham sido distribuídas dias antes às famílias que viviam nas terras. Os ocupantes, que protestavam contra a falta de habitação em Manaus, foram expulsos após confrontos com a polícia que duraram mais de duas horas. A foto foi tirada a 10 de Março de 2008 por Luiz Vasconcelos do jornal A Crítica (Zuma Press), do Brasil, e ganhou o primeiro lugar na categoria “Notícias Gerais” da World Press Photo.
A World Press Photo, cujos prémios são considerados uma das maiores distinções no foto-jornalismo, colocou online todo o seu arquivo fotográfico que consiste em mais de 10 mil fotos tiradas desde 1955, quando esta organização iniciou a atribuição de prémios às melhores fotos publicadas na imprensa mundial.
O site permite a pesquisa por ano, tema, empresa, autor e nacionalidade dos fotógrafos.
Protocolo…
24 de Setembro: O Presidente americano Barack Obama e a Primeira Dama, Michelle Obama, dão as boas vindas a Silvio Berlusconi no Jantar da Cimeira do G20, em Pittsburgh. O Sr. Berlusconi, à sua maneira, mostra que ficou agradado com a Sra. Obama (foto: Jewel Samad/APF/Getty Images).
O olho da NGC 1097
Através do telescópio Spitzer, a NASA captou esta imagem de uma galáxia em forma de olho. A galáxia, chamada NGC 1097, encontra-se a 50 milhões de anos luz da Terra. Tem uma forma espiral, idêntica à nossa Via Láctea, e o «olho» no centro da galáxia é na verdade um enorme buraco-negro rodeado por um anel de estrelas. Nesta imagem, em infravermelho, a área em redor do buraco negro invisível é azul e o anel de estrelas, branco.
O buraco-negro da NGC 1097 tem 100 milhões de vezes a massa do nosso Sol e alimenta-se de gás, de poeira e, ocasionalmente, de estrelas. O buraco-negro no centro da Via Láctea, quando comparado com este, é mais modesto; tem apenas a massa de alguns milhões de sóis.
Obama e Kadhafi
Uma foto que ficará para a História: Barack Obama cumprimenta Muammar Al-Kadhafi durante a Cimeira do G8, na quinta-feira. Desde 2003, quando a Líbia concordou em eliminar as suas armas de destruição massiva, que o líder líbio tenta uma aproximação aos EUA depois de décadas de um relacionamento conflituoso.
Um mito do séc. XX
28 de Agosto de 1963: Charlton Heston, Marlon Brando e Sammy Davis Jr. assistem ao discurso de Martin Luther King, em Washington, onde este pronunciou o seu famoso «I Have A Dream» (foto: Enrique Meneses).
Enrique Meneses (Madrid, 21 de Outubro de 1929), repórter fotográfico e escritor que ganhou este ano o VIII Prémio de Jornalismo Miguel Gil de Moreno, é um dos grandes mitos do jornalismo do séc. XX. Através da lente de Meneses podemos seguir os grandes acontecimentos da História do século passado. Índia, Médio Oriente, África, continente americano são alguns dos cenários por onde passou a sua câmara. Na sua obra podemos encontrar nomes como o de Martin Luther King, J. F. Kennedy, Paul Newman, Marlon Brando, Alfred Hitchcok, Salvador Dalí, Sidney Poitiers, Mel Ferrer, Pablo Picasso ou Charles Aznovour.
Alfred Hitchcock e a sua diva Tippi Hedren (foto: Enrique Meneses).
O grande legado de Meneses é a sua reportagem sobre a revolução cubana. Em 1958 viaja até Cuba e é o primeiro repórter que convive – durante quatro meses – com os revolucionários cubanos em Sierra Maestra. Ali conheceu Fidel Castro e Che Guevara. Alguns meses antes de sair da ilha, em que esteve preso pela policia de Fulgêncio Batista durante uma semana, consegue enviar a sua reportagem sobre a revolução cubana para a revista Paris Match. A publicação da reportagem teve à época um enorme impacto e percorreu o mundo (as fotos de Meneses em Sierra Maestra podem ser vistas aqui).
Castro e Meneses em Sierra Maestra.
Hoje, perto de fazer 80 anos, o homem que «nunca he seguido órdenes de nadie», continua em plena actividade. Através da Internet tem a sua própria rádio, um canal de televisão e um blog actualizado regularmente com textos da sua autoria.
Verdadeira conversa
«O sinal de uma verdadeira conversa está em que os ditos espirituosos dificilmente podem ser transportados com todo o seu brilho para fora do círculo dos íntimos. Para conservarem toda a sua força, devem aparecer numa biografia juntamente com o retrato de quem os profere. Uma boa conversa é teatral; é como uma representação improvisada onde cada um se deve apresentar na sua melhor forma; e o melhor género de conversa é aquele onde cada participante se mostra mais completa e sinceramente ele mesmo e onde, se invertêssemos as réplicas, se perderia totalmente o sentido e a clareza.
[…] a verdadeira conversa, que a anima a melhor parte de nós mesmos, tantas vezes apagada, acontece apenas com as nossas almas gémeas; encontra-se tão profundamente ancorada quanto o amor na constituição do nosso ser, e devemos saboreá-la com toda a energia de que dispusermos e estar-lhes gratos para todo o sempre.»
Robert Louis Stevenson, in «Conversa e Conversadores»
Já nem falamos
Jorge Alfar
leave a comment